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Seria o SUR, o PIX do Mercosur?

  • r45780
  • 30 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

Muitos conhecidos e amigos mais próximos andam me perguntando nos últimos dias sobre o que acho do SUR.


Nem sabemos direito o que é, mas coletando as informações soltas da mídia somado à experiência que tenho com Meios de Pagamentos aqui no Brasil e na Argentina, oportunidade essa em que, entre outras atividades ligadas a meios de pagamento, atuei com importação e exportação de hardware entre os dois países, faço minha colaboração especulativa por aqui.


Vale lembrar que nada oficial sobre o projeto foi formalizado. Assim como esse meu texto, por hora todos os demais são achismos. Aqui expresso a minha opinião, e de antemão adianto que não sou contra ou a favor, enquanto não souber toda a extensão do projeto.


O que se ouviu até o momento sobre o SUR?


Que será uma moeda comum para "relações comerciais" entre os dois países.


Hoje para se consolidar uma transação comercial entre Brasil e Argentina (países do Mercosul no geral), é preciso converter a transação em outra moeda internacional (geralmente o Dólar ou Euro) e efetuar uma transferência por Swift (sistema de remessas internacionais de dinheiro entre bancos), chegando ao destino é feito novamente o câmbio pelo banco designado pelo recebedor.


O SUR seria uma Moeda comum e exclusivamente eletrônica, servindo apenas para essas transações comerciais e transferências entre os países participantes. A teoria se prende em uma tese de que estimula o comércio regional com a redução cambial do dólar e das taxas de transferência, na quebra do monopólio do Swift.


Dessa forma, fica sendo exclusivamente um "meio de pagamento" para uso no comércio exterior. Não acredito em união monetária, pelo menos não neste momento.


Mas qual o impacto prático?


Na prática, sai o Swift e entra um mecanismo criado e fomentado pelo Brasil, com todo know-how do PIX.


Já vimos isso antes? Sim, qualquer Stablecoin possui exatamente essa mesma proposta, a diferença aqui é que essa "moeda eletrônica" estaria custodiada e regulada por um Banco Central Sulamericano em um circuito fechado de transações e de reservas monetárias exclusivas desta moeda.

Vale ressaltar que essa Stablecoin teria, em tese, que ser lastreada em dólares americanos, pesos argentinos ou em reais. No caso da opção em dólar o ganho seria em eficiência operacional, porém apenas o Brasil conta com reservas que poderiam em parte ser usadas com esse propósito. Qualquer composição de lastro que envolva Pesos e Reais seria altamente complexa devido aos atuais problemas inflacionários argentinos.


O que nesse momento, torna o SUR desproporcionalmente interessante aos argentinos e potencialmente arriscado para o Brasil. O eventual aumento das exportações compensaria esse risco. Difícil acreditar que sim.


O mais curioso é que a descentralização monetária propõe exatamente isso, um grupo de detentores e utilizadores de uma determinada unidade monetária se autorregula sem necessidade de um Banco Central. E porque então acima estamos falando de um BCS? Exatamente essa é a parte curiosa que deixo para pensarmos.

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